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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

terça-feira, 19 de maio de 2015


IMPROBABILIDADES – 3 HISTÓRIAS REAIS

Periodicamente vou ao cemitério da minha terra natal, onde estão sepultados os meus pais. Numa dessas visitas encontrei uma velha amiga, que tinha 2 irmãos da minha geração: o Quim, mais velho que eu 2 anos e o Américo, mais novo um ano.

Como já não os via há muitos anos, comecei por perguntar pelo Quim.

- Então não sabes? O Quim morreu há mais de 6 anos. Deu-lhe um AVC e foi-se.

Fiquei encavacado e sem palavras. Para me redimir, e por curiosidade e simpatia, perguntei pelo Américo.

- O Américo morreu na semana passada, e por isso é que eu hoje vim ao cemitério.

Há momentos em que o melhor era estar calado. Ou não sair de casa.

 

Um casal meu vizinho tinha dois carros, um usado por ele, outro por ela. Apesar de habitarem um apartamento com garagem, por mera comodidade habituaram-se a deixar o carro na rua, mesmo em frente à porta do prédio. Como trabalhavam em locais diferentes, desciam ambos ao mesmo tempo para ir para o trabalho, mas cada qual levava o seu carro. Como às vezes ela se esquecia da chave em casa e tinha de subir dois lances de escadas, passaram a usar o esquema de deixar a chave dela no carro dele. Um dia descobriram que estava vazio o lugar onde deveria estar o carro dele. Depois das habituais olhadelas em volta confirmaram que o carro tinha desaparecido. Decidiram então ir juntos para o trabalho, no carro dela. Mas ao olharem em volta constataram, incrédulos e consternados, que o carro dela também tinha desaparecido. Os larápios, ao verem uma chave no carro, perceberam que lhes tinha saído a sorte grande e não hesitaram. E o casal meu vizinho, na mesma noite, ficou sem 2 carros.

 

Mas agora vou terminar em beleza. No tempo em que o Continente sorteava carros entre os seus clientes uma amiga nossa teve a felicidade de lhe ter sorrido a sorte, sendo brindado com um simpático carrinho. E não é que no natal seguinte voltou a ser premiada com novo carro! Há horas de sorte, como costumam dizer os cauteleiros.


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