IMPROBABILIDADES
– 3 HISTÓRIAS REAIS
Periodicamente
vou ao cemitério da minha terra natal, onde estão sepultados os meus pais. Numa
dessas visitas encontrei uma velha amiga, que tinha 2 irmãos da minha geração:
o Quim, mais velho que eu 2 anos e o Américo, mais novo um ano.
Como já não os
via há muitos anos, comecei por perguntar pelo Quim.
-
Então não sabes? O Quim morreu há mais de 6 anos. Deu-lhe um AVC e foi-se.
Fiquei
encavacado e sem palavras. Para me redimir, e por curiosidade e simpatia,
perguntei pelo Américo.
-
O Américo morreu na semana passada, e por isso é que eu hoje vim ao cemitério.
Há momentos em
que o melhor era estar calado. Ou não sair de casa.
Um casal meu vizinho
tinha dois carros, um usado por ele, outro por ela. Apesar de habitarem um
apartamento com garagem, por mera comodidade habituaram-se a deixar o carro na
rua, mesmo em frente à porta do prédio. Como trabalhavam em locais diferentes, desciam
ambos ao mesmo tempo para ir para o trabalho, mas cada qual levava o seu carro.
Como às vezes ela se esquecia da chave em casa e tinha de subir dois lances de
escadas, passaram a usar o esquema de deixar a chave dela no carro dele. Um dia
descobriram que estava vazio o lugar onde deveria estar o carro dele. Depois
das habituais olhadelas em volta confirmaram que o carro tinha desaparecido.
Decidiram então ir juntos para o trabalho, no carro dela. Mas ao olharem em volta
constataram, incrédulos e consternados, que o carro dela também tinha
desaparecido. Os larápios, ao verem uma chave no carro, perceberam que lhes
tinha saído a sorte grande e não hesitaram. E o casal meu vizinho, na mesma
noite, ficou sem 2 carros.
Mas agora vou
terminar em beleza. No tempo em que o Continente sorteava carros entre os seus
clientes uma amiga nossa teve a felicidade de lhe ter sorrido a sorte, sendo brindado
com um simpático carrinho. E não é que no natal seguinte voltou a ser premiada
com novo carro! Há horas de sorte, como costumam dizer os cauteleiros.
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