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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

domingo, 17 de maio de 2015


SALÁRIOS DA FUNÇÃO PÚBLICA SOBEM 10%

Vamos já esclarecer o mistério. Não se trata de uma notícia, mas de um simples comentário sobre os perigos na análise das estatísticas. E isto tanto é válido para as estatísticas propriamente ditas como para previsões eleitorais ou situações afins.

Suponhamos que um organismo público anunciava uma estatística que nos informava que os salários médios na função pública tinha subido 10% no último ano. Seguramente iam chover cobras e lagartos por parte dos comentadores menos atentos ou menos informados. Contudo, essa alteração estatística pode ser perfeitamente correta e não estar associada a qualquer aumento nos salário dos funcionários públicos. Pode tratar-se simplesmente da consequência da redução de efetivos nas categorias mais mal remuneradas: se nos escalões mais elevados se mantiverem todos os efetivos o salário médio obviamente vai subir. O mesmo se passará em sentido inverso se houver apenas reduções nos escalões superiores: o salário médio descerá, e aí estariam os sindicatos a dar conta do seu descontentamento, sem uma sólida e factual justificação.

Vamos presumir que os organismos que fornecem estatísticas são confiáveis. Mas não confiemos tanto nas primeiras análises e esperemos sempre por ouvir o contraditório.

1 comentário:

  1. Isto de se publicitarem percentagens e números em determinados períodos da vida, manipulando-os conforme convém no momento, sempre me fez desconfiar. É uma das técnicas mais usadas por alguns (ou todos?) políticos para converterem a verdade e a realidade dos facto naquilo que mais convém no momento. É assim que arrebanharem os votos dos mais distraídos e os levam a não pensarem sobre a realidade dos factos. Um abraço

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