ONDE
ESTÁ A FELICIDADE?
Juro que a história
que vou contar é verdadeira e passou-se comigo. Aliás, não teria o mínimo
interesse se fosse ficção.
Em tempos eu
tinha por vizinhos um casal na casa dos 70 e tal anos, que entrou numa fase de
quezílias permanentes. A senhora andava de rastos e ao mínimo pretexto desatava
a chorar, queixando-se amargamente e sem falsos pudores dos maus tratos que o
marido passou a infligir-lhe, infernizando-lhe a vida.
Por vicissitudes
várias tive de alterar a minha morada e deixei de ter contacto com o referido casal.
Meses depois, num dia soalheiro, voltando a passar perto da minha antiga
habitação, encontrei a referida senhora a passear o marido, agora numa cadeira
de rodas. Ele fixou-me com olhar hirto e distante, não manifestando o mínimo
sinal de me ter reconhecido. Perguntei o que tinha acontecido, ao que ela me
respondeu que o marido tinha sofrido um AVC e teve uma rápida investida de Alzheimer,
que o atirou para aquele estado.
Estranhei o ar
feliz da senhora, que andava toda sorridente a passear o marido, sem qualquer sinal
de agastamento ou cansaço. Fiz-lho notar, ao que ela me respondeu de forma
desconcertante: “sabe, é que ele agora já
não ralha comigo nem me bate”.
E esta, hem!
No seio do Grupo 5.com(e) já tinhas contado esta história que me faz lembrar o provérbio: "Há males que vêm por bem" e o seguinte pensamento: "Quando tudo nos parece dar errado, acontecem coisas tão “maravilhosas” (para a esposa é mesmo sem aspas) que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo."
ResponderEliminarUm abraço