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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

segunda-feira, 7 de julho de 2014



Já passaram 100 anos sobre o início da Primeira Guerra Mundial
Praticamente já não há sobreviventes desse período de horror e loucura que foi a Primeira Grande Guerra Mundial.
Olhando agora para trás custa a perceber (pelo menos a mim) o desvario, a futilidade e a inutilidade de uma guerra para a qual continuo sem perceber o sentido, por mais que leia e oiça.
E choca-me o profundo desprezo dos senhores do mundo perante os pacatos e indefesos cidadãos, verdadeiras marionetes ao sabor dos caprichos de quem manda.
Sem outras pretensões que não sejam o ativar um pouco a memória e o raciocino de quem se interessa por estes temas, aqui deixo alguns excertos respigados da revista Visão História de Junho 2014.
“Sem memória viveríamos entre quatro paredes de um pequeno quarto sem vista chamado presente”
“O inferno das trincheiras – cada minuto podia ser o último. Cada hora podia ser de despedida”.
“Nenhum dos lados fez recuar significativamente o adversário nos diversos ataques em larga escala empreendidos. Dezenas de milhares de homens morriam no corpo-a-corpo só para conquistarem uma faixa insignificante de terra e para os sobreviventes acabarem por se fixar novamente nas trincheiras”.
“Na primeira batalha do Marne, travada entre 7 e 12 de Setembro de 1914, entre aliados e alemães morreram ou ficaram feridos 500 mil homens, uma média de 100 mil por dia”
“Para o Tommy inglês, o Poilu francês, o Fritz alemão ou o José Maria português o que para eles estava em causa não foi tanto a defesa da pátria, mas sim a sua própria sobrevivência e a obrigação pessoal com os seus camaradas. E se alguma vez não lhes chorou a morte foi por se regozijar pelo facto de não ter sido ele o atingido por aquele estilhaço maldito”.
“As condições de Paz impostas pelos aliados em Versailhes são pesadas para a Alemanha e a sua população. Mas Hindenberg, contrariando o que dissera aos novos governantes alemães – reiterara-lhes não haver condições militares para prosseguir a guerra – tornou-se pouco depois um dos responsáveis pela difusão da “lenda da punhalada nas costas”, segundo a qual as forças armadas não estavam derrotadas; foram traídas pelo poder político, pelos que sabotaram o esforço de guerra, em especial os judeus, os socialistas e os bolchevistas. A nova Alemanha, republicana e democrata, transportou assim, desde a nascença,o gérmen que iria destruí-la, lançando daí a duas décadas o mundo noutro conflito à escala global e ainda mais devastador”.

2 comentários:

  1. Motivos para a 1ª Guerra Mundial: Patriotismo desmedido e uma tremenda ignorância sobre o que era uma guerra entre várias potências... foi a primeira!
    Concordo com o facto de ser incompreensível na nossa visão de cem anos mais tarde...
    A mais sangrenta de todas, mas talvez a mais "pura" ou "inocente" (pelo menos no seu início)

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  2. Gostei do tema (e do conteúdo) deste teu post. De facto é sempre pertinente e importante mantermos a memória bem viva sobre o genocídio que Alemanha proporcionou, quer nesta 1ª Guerra Mundial, quer depois durante a 2ª, quanto mais não seja para que possamos aprender com os erros da humanidade. Sobretudo com os erros da Alemanha que agora (sem vergonha nenhuma) vem tentar ser moralista (de forma arrogante) com os países do sul da Europa. Um abraço

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