AINDA
O MASSACRE DE PARIS
Sobre
o massacre de Paris têm sido tentadas diversas explicações, nomeadamente
baseadas em razões históricas e sociológicas.
Na
minha opinião nenhuma delas é minimamente consistente para explicar (e muito
menos justificar) estes atos hediondos.
Fala-se
em vingança resultante do movimento das cruzadas do séculos XI e XII. Mas basta
pensar nas barbaridades cometidas hoje nos países de origem dos
fundamentalistas e nas pretensas regras da “charia”” aplicadas aos próprios
muçulmanos (mutilações, apedrejamentos, assassinatos por motivos fúteis, total
desrespeito pelos mais elementares direitos humanos) para verificarmos que não
pode ser aí encontrada a explicação. Também não colhem, quanto a mim, e por
idênticas razões, as explicações destes atos com base nas condições em que os
islâmicos vivem na Europa e nas dificuldades de integração. O maior viveiro de
jihadistas e um dos países onde a charia é aplicada pelo estado com todo o
fervor é a Arábia Saudita, país onde o petróleo abunda e supostamente não há
pobres. E os portugueses (só a título de exemplo) não apresentam em França os
problemas de integração de que se queixam os islâmicos. Nem pouco mais ou
menos.
Na
Europa não é permitido ensinar fascismo, nazismo ou racismo, mas permite-se
ensinar islamofascismo e aceitam-se mesquitas que funcionam como centros de
recrutamento de jihadistas. Deixemo-nos de masoquismos e olhemos o problema de
frente. O tempo da inquisição e das cruzadas já passou há muitos séculos e a
igreja católica, que tantos erros cometeu nessa fase, mas que não tem o terror
e a guerra inscritos no seu ADN herdado da Bíblia (mas antes o perdão e a
oferta da outra face a quem nos ofende), fez entretanto um percurso notável,
enquanto o fundamentalismo islâmico continua no século XXI mergulhado no mais
obscuro período da idade média e sem dar sinais de qualquer progresso, antes
pelo contrário.
Vejamos
o que diz José Rodrigues dos Santos
em entrevista à revista Sábado de 22
de Janeiro:
“Há
uma série de líderes ocidentais que dizem que o Islão é uma religião pacífica
que foi sequestrada por um bando de extremistas. Esta é a versão politicamente
correta. Mas será verdadeira? As pessoas que dizem isso nunca leram uma linha
do Alcorão. Limitam-se ao politicamente correto. Eu li o Corão e os ahadith
(conjunto de leis, lendas e histórias sobe a vida de Maomé) e o que encontrei é
perturbador. Muitos dos atos levados a cabo pelos fundamentalistas não se devem
a atos de loucura, mas a injunções do Alcorão e dos ahafith. Maomé liderou
exércitos em mais de 70 batalhas. Maomé não era um pacifista. Era um líder
militar. O que fazem os líderes militares? Matam e mandam matar.
Muita
gente fala do fundamentalismo islâmico sem alguma vez ter estudado essa
ideologia. As pessoas limitam-se a exprimir ideias feitas do estilo “o Islão é
pacífico e esta gente anda a adulterar a sua mensagem de amor”. Existe uma
vertente violenta nesta religião. Os fundamentalistas não inventaram nada. Eles
conhecem de cor os versículos e os ahadith de apologia da guerra. O que se
passa é que acreditam que tudo o que está nos textos é literalmente
verdadeiro (e para cumprir, digo eu).
Existe um ahadith em que Maomé diz que quem morrer em jihad tem lugar garantido
no paraíso, por mais pecados que tenha cometido. Mais, terá 72 virgens à sua
disposição. É tudo levado à letra”.
Os
praticantes pacíficos do islamismo e que absorveram e/ou aceitam os valores
culturais da Europa e do Ocidente em geral – desde logo a liberdade e os
direitos humanos - terão de ser chamados a cooperar com os estados onde as suas
comunidades se instalaram e deverão ser responsabilizados pela defesa desses
valores, sob pena de perda de nacionalidade, expatriação ou sanções semelhantes
e, obviamente, terão de sujeitar-se estritamente às leis vigentes no país de
acolhimento. Isto tem de ser válido para comunidades islâmicas, ciganos ou quaisquer
outras comunidades mais resistentes à integração. Quem melhor conhece e melhor pode
controlar os extremistas e os desintegrados que os próprios líderes? Tem de
haver uma estreita cooperação entre os estados e os líderes dessas comunidades.