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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


AINDA O MASSACRE DE PARIS

Sobre o massacre de Paris têm sido tentadas diversas explicações, nomeadamente baseadas em razões históricas e sociológicas.

Na minha opinião nenhuma delas é minimamente consistente para explicar (e muito menos justificar) estes atos hediondos.

Fala-se em vingança resultante do movimento das cruzadas do séculos XI e XII. Mas basta pensar nas barbaridades cometidas hoje nos países de origem dos fundamentalistas e nas pretensas regras da “charia”” aplicadas aos próprios muçulmanos (mutilações, apedrejamentos, assassinatos por motivos fúteis, total desrespeito pelos mais elementares direitos humanos) para verificarmos que não pode ser aí encontrada a explicação. Também não colhem, quanto a mim, e por idênticas razões, as explicações destes atos com base nas condições em que os islâmicos vivem na Europa e nas dificuldades de integração. O maior viveiro de jihadistas e um dos países onde a charia é aplicada pelo estado com todo o fervor é a Arábia Saudita, país onde o petróleo abunda e supostamente não há pobres. E os portugueses (só a título de exemplo) não apresentam em França os problemas de integração de que se queixam os islâmicos. Nem pouco mais ou menos.

Na Europa não é permitido ensinar fascismo, nazismo ou racismo, mas permite-se ensinar islamofascismo e aceitam-se mesquitas que funcionam como centros de recrutamento de jihadistas. Deixemo-nos de masoquismos e olhemos o problema de frente. O tempo da inquisição e das cruzadas já passou há muitos séculos e a igreja católica, que tantos erros cometeu nessa fase, mas que não tem o terror e a guerra inscritos no seu ADN herdado da Bíblia (mas antes o perdão e a oferta da outra face a quem nos ofende), fez entretanto um percurso notável, enquanto o fundamentalismo islâmico continua no século XXI mergulhado no mais obscuro período da idade média e sem dar sinais de qualquer progresso, antes pelo contrário.

Vejamos o que diz José Rodrigues dos Santos em entrevista à revista Sábado de 22 de Janeiro:

“Há uma série de líderes ocidentais que dizem que o Islão é uma religião pacífica que foi sequestrada por um bando de extremistas. Esta é a versão politicamente correta. Mas será verdadeira? As pessoas que dizem isso nunca leram uma linha do Alcorão. Limitam-se ao politicamente correto. Eu li o Corão e os ahadith (conjunto de leis, lendas e histórias sobe a vida de Maomé) e o que encontrei é perturbador. Muitos dos atos levados a cabo pelos fundamentalistas não se devem a atos de loucura, mas a injunções do Alcorão e dos ahafith. Maomé liderou exércitos em mais de 70 batalhas. Maomé não era um pacifista. Era um líder militar. O que fazem os líderes militares? Matam e mandam matar.

Muita gente fala do fundamentalismo islâmico sem alguma vez ter estudado essa ideologia. As pessoas limitam-se a exprimir ideias feitas do estilo “o Islão é pacífico e esta gente anda a adulterar a sua mensagem de amor”. Existe uma vertente violenta nesta religião. Os fundamentalistas não inventaram nada. Eles conhecem de cor os versículos e os ahadith de apologia da guerra. O que se passa é que acreditam que tudo o que está nos textos é literalmente verdadeiro  (e para cumprir, digo eu). Existe um ahadith em que Maomé diz que quem morrer em jihad tem lugar garantido no paraíso, por mais pecados que tenha cometido. Mais, terá 72 virgens à sua disposição. É tudo levado à letra”.

Os praticantes pacíficos do islamismo e que absorveram e/ou aceitam os valores culturais da Europa e do Ocidente em geral – desde logo a liberdade e os direitos humanos - terão de ser chamados a cooperar com os estados onde as suas comunidades se instalaram e deverão ser responsabilizados pela defesa desses valores, sob pena de perda de nacionalidade, expatriação ou sanções semelhantes e, obviamente, terão de sujeitar-se estritamente às leis vigentes no país de acolhimento. Isto tem de ser válido para comunidades islâmicas, ciganos ou quaisquer outras comunidades mais resistentes à integração. Quem melhor conhece e melhor pode controlar os extremistas e os desintegrados que os próprios líderes? Tem de haver uma estreita cooperação entre os estados e os líderes dessas comunidades.


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