Texto

Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015


EM DEFESA DAS SCUT’S (IV) (conclusão)

4 - Que herança queremos deixar aos nossos netos?

Não posso terminar esta análise sem uma referência à herança que deixamos aos nossos netos.

Custa-me até a comentar a visão daqueles que afirmam, certamente sem refletir maduramente na questão, da pesada herança que deixamos aos nossos netos, que terão de pagar as nossas “loucuras”. Nesta aceção nós somos um bando de inconscientes, que fizemos asneiras, que gastamos à tripa forra e deixamos agora a fatura para os nossos netos pagarem. Discordo em absoluto desta perspetiva.

Acho que esta visão se enquadra naquela ideia de que devemos dar tudo de mão beijada aos nossos filhos, que não são chamados a fazer qualquer esforço e só precisam de tomar conta da herança. Na minha opinião nada de mais deseducativo e de mais injusto. ”Tadinhos” dos nossos netos, que tão estouvados avós tiveram.

Afinal o grosso da fatura ainda vai ser pago por nós, que por pouco tempo beneficiaremos das vantagens das Scut’s, das quais os maiores beneficiários serão precisamente os nossos descendentes, que por muitas gerações vão colher os benefícios do nosso esforço, da nossa visão do futuro e da nossa iniciativa. É assim com as escolas e com a educação, é assim com a saúde e com os hospitais, é assim com as vias de comunicação e com o progresso que as mesmas aportam. Custa-me a perceber a curteza de vistas de quem acha que o futuro são os próximos 20 ou 30 anos e o masoquismo de quem acha que somos obrigados a dar tudo gratuitamente aos nossos filhos. Mas é a minha mera opinião. E cada qual tem a sua.

Sem comentários:

Enviar um comentário