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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014



A CRISE SERVIU DE POUCO


Aprenderam os supervisores alguma coisa com a crise que rebentou em 2007 e que arrastou para a falência bancos pelo mundo inteiro, pondo a nu as fragilidades do sistema financeiro que sustenta o ocidente e o capitalismo? Aparentemente menos o que deviam. Ao radar da supervisão continuam a escapar esquemas usados pela banca para contornar problemas e dificuldades financeiras. A história recente mostra que, em matéria de sofisticação, os banqueiros estão sempre um passo à frente dos reguladores. E para os supervisores continua a ser difícil, ou mesmo impossível, detetar veículos fictícios e manipulação de contas sem que existam denúncias.
Ana Bela Campos – Revista do Expresso


UMA NOVA LINHGEM DE BANQUEIROS


Passado o susto (depois do devastador tsunami (financeiro) que assolou o mundo a partir de 2008, os banqueiros mudaram de acusados para acusadores e passaram a criticar o despesismo público (que cresceu exponencialmente para salvar o setor financeiro e outras empresas) os gastos sociais e a produtividade dos trabalhadores.
Em Nova Iorque corre um processo contra o Barclays por operações suspeitas.
O BPN Paribas foi multado em 8,9 mil milhões de dólares (quase o dobro do capital do Novo Banco) por violar sanções internacionais.
Em Espanha a Gowex, uma empresa estrela da bolsa de Madrid, falsificava as contas há quatro anos. E os auditores, as agências de rating e os supervisores não deram por nada


Nicolau Santos – Exame de Agosto 2014


BANCO DE PORTUGAL E MINISTÉRIO PÚBLICO


O Banco de Portugal, agora tão elogiado, ainda há um ano e meio fazia comunicados a colocar o dr. Salgado acima de qualquer suspeita quando ele corrigiu, por três vezes a sua declaração fiscal por causa do tal presente de 14 milhões de euros que recebeu do construtor José Guilherme.
Sobre o BES o governador já disse tudo e o seu contrário: que estava muito bem capitalizado; que os clientes podiam estar tranquilos; que os problemas do grupo não contagiariam o banco. Depois Carlos Costa passou a admitir a eventual necessidade de o banco proceder a um novo aumento de capital, de anunciar até que havia investidores privados interessados, depois a conceder que uma parte da exposição do BES ao GES vai ter perdas, mas a acrescentar que os depósitos estão garantidos, para depois aceitar existirem algumas incertezas no caso da exposição a Angola (5,7 mil milhões de euros).
Por sua vez o Ministério Público fez um comunicado na altura em que o ex-presidente do BES foi ouvido no âmbito do processo Monte Branco a esclarecer que “face aos factos até agora apurados nos presentes autos não existem fundamentos para que o agora requerente Ricardo Salgado seja considerado suspeito”. (Agora foi o que se viu)
Nicolau Santos - Expresso Economia



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