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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Os 5.com(e) na Guarda (I)
Mais uma crónica com a descrição de um passeio 
turístico-gastronómico do grupo 5.com(e), desta  
vez a terras de nuestros hermanos. O grupo  inter-
nacionaliza a sua meritória "atividade"                  

8 de Outubro de 2014
Correndo atrás do tempo perdido (este ano a performance gastronómica do grupo deixa um pouco a desejar, que o diga o Mota) os 5.com(e) em boa hora aceitaram a sugestão do Jorge e resolveram ir até à Guarda saborear os deliciosos mariscos da costa galega. Está bem de ver que não se trata da nossa Guarda, mas da espanhola, mesmo em frente a Caminha, do outro lado do rio Minho.
Quando o castelhano era língua obrigatória em Espanha a cidade era La Guardia. Agora que o galego passou a ter honras de língua local passou a chamar-se A Guarda. E o Monte de Santa Tecla passou a ser Santa Trepa. Esta custa mais a engolir.
Fácil é constatar a proximidade entre o galego e o português, que se reconhece em vários vocábulos locais: aqui também se diz “auga” como antigamente se dizia nas nossas aldeias; “munho” também ouvia eu dizer na minha terra quando era pequeno; o “lá em riba” cheira mesmo a português arcaico, tal como o “x” galego faz lembrar a pronúncia transmontana que transforma o “ch” em “tch”.
De Coimbra à Corunha poderia existir um país autónomo, independente, com um povo formando uma nação com maior unidade que Portugal ou Espanha. Os minhotos, transmontanos e beirões têm mais afinidades com os galegos que com os alentejanos e algarvios. Tal qual o que separa galegos e castelhanos, onde são grandes as rivalidades e escassa a proximidade.

A Guarda
A Guarda é uma cidade costeira, a mais meridional da Galiza. Uma cidadezinha de
passagem para quem vem de Baiona para Portugal, que não atrai visitantes apressados, ofuscados pela beleza e proximidade daquela vetusta cidade. E assim se passa ao lado de uma pequena pérola sem lhe dar o real valor, qual ostra escondida na sua concha, que só se descobre quando se desce até à parte baixa da cidade e se depara com um pequeno mas gracioso porto de abrigo, curiosamente sem navios à vista, protegido por um molhe com abertura estreita, para evitar males maiores em dias de tempestade. 
A marginal é lindíssima, com casario a dois passos da água e ruas em sobe e desce, a contornar as rochas que dão à praia uma forma irregular mas diferente e cativante.
A zona sul é pejada de restaurantes onde a lista é, naturalmente, recheada de peixe e mariscos.

                                   (continua)


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