MISSÃO EM ANGOLA (II)
Integração regional
Portugal fica na Europa e está
integrado na CE, com tudo o que isso implica em termos de história, hábitos,
valores civilizacionais, padrões de consumo, organização empresarial e
administrativa e até mesmo clima (clima temperado, com verão em Julho/Agosto ,
com o sol sempre a pôr-se à nossa direita). Angola fica no hemisfério sul (vemos o sol a
norte, a pôr-se à nossa esquerda, o que nos deixa completamente desorientados
durante muito tempo). A cultura, a civilização, os hábitos, os costumes são totalmente
outros. Isto não invalida a capacidade de entendimento e harmonização dos
povos, como a história demonstra. Mas também fomenta equívocos e incompreensões
que a mesma história também regista. Angola é, nesse domínio e nas relações com
Portugal, um caso paradigmático.
O desenvolvimento de Angola
São inquestionáveis os passos que
Angola tem dado nos últimos anos, particularmente após o fim da guerra civil que
devastou o país nos anos 80 e 90. Mas há um longuíssimo caminho a percorrer até
Angola chegar ao nível de Portugal, olhada pelos nossos padrões de análise. Se
pensarmos nas condições degradadas das habitações do povo de Angola, se
pensarmos que a esperança de vida ronda os 43 anos, se olharmos para as
insuficiências da sua rede escolar, se pensarmos no nível dos empregos a que
têm acesso, se considerarmos o tempo necessário para que as mudanças sociais
ocorram, isso basta para concluirmos, sem margem para grandes dúvidas, que não
será muito difícil vaticinar que, por mais que Portugal estagne ou regrida, e
por muito que Angola progrida, no final do século XXI Portugal continuará uns
passos significativos à frente de Angola. A base da análise é redutora e
empírica, mas procura deixar uma ideia clara do quanto falta fazer em Angola.
(continua)
(continua)
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