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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014


MISSÃO EM ANGOLA (II)

Integração regional

Portugal fica na Europa e está integrado na CE, com tudo o que isso implica em termos de história, hábitos, valores civilizacionais, padrões de consumo, organização empresarial e administrativa e até mesmo clima (clima temperado, com verão em Julho/Agosto , com o sol sempre a pôr-se à nossa direita).  Angola fica no hemisfério sul (vemos o sol a norte, a pôr-se à nossa esquerda, o que nos deixa completamente desorientados durante muito tempo). A cultura, a civilização, os hábitos, os costumes são totalmente outros. Isto não invalida a capacidade de entendimento e harmonização dos povos, como a história demonstra. Mas também fomenta equívocos e incompreensões que a mesma história também regista. Angola é, nesse domínio e nas relações com Portugal, um caso paradigmático.

O desenvolvimento de Angola

São inquestionáveis os passos que Angola tem dado nos últimos anos, particularmente após o fim da guerra civil que devastou o país nos anos 80 e 90. Mas há um longuíssimo caminho a percorrer até Angola chegar ao nível de Portugal, olhada pelos nossos padrões de análise. Se pensarmos nas condições degradadas das habitações do povo de Angola, se pensarmos que a esperança de vida ronda os 43 anos, se olharmos para as insuficiências da sua rede escolar, se pensarmos no nível dos empregos a que têm acesso, se considerarmos o tempo necessário para que as mudanças sociais ocorram, isso basta para concluirmos, sem margem para grandes dúvidas, que não será muito difícil vaticinar que, por mais que Portugal estagne ou regrida, e por muito que Angola progrida, no final do século XXI Portugal continuará uns passos significativos à frente de Angola. A base da análise é redutora e empírica, mas procura deixar uma ideia clara do quanto falta fazer em Angola.


(continua)

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