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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014


MISSÃO EM ANGOLA (VIII)

Colégio de Benguela

O Colégio de Benguela começou a funcionar em 2013, mas já tem 120 alunos. Tem capacidade para 700, desde a classe infantil até à saída para a faculdade. Foi um investimento de 5 milhões de euros, feito quase todo com capitais próprios e só residual recurso à banca para financiar despesas no ano de arranque.

Tem instalações espetaculares; estão a construir uma grande piscina; tem um gimnodesportivo ao ar livre; tem, dentro das instalações do colégio, ao fundo do jardim, 42 quartos para os professores deslocados, com uma cozinha comum e sala de convívio. As salas estão equipadas com as mais modernas tecnologias: quadros interativos, projetores, etc…; tem inúmeras salas ATL; laboratórios muito bem equipados; refeitório amplo, muito arejado e limpo; a cozinha está muitíssimo completa (quem nos dera ter a cozinha de Sandim equipada como esta) e apta a fornecer 1.300 refeições. Muita informação e imagens podem ser vistas em www.facebook.com/colegiobenguela.

Pareceu-me também que em termos pedagógicos o projeto foi cuidadosamente preparado e a pessoa escolhida muito competente. Até se vê nos horários afixados, com uma qualidade de apresentação invejável (a reprografia também é, para não variar, excelente). Até nos jardins há obras de arte, com uma enorme árvore toda esculpida em baixo relevo, com figuras humanas e animais, um trabalho feito por verdadeiros artistas profissionais.

Os uniformes dos alunos primam pelo bom gosto e elegância. Parecem desenhados pela Fátima Lopes. A vigilância à escola é feita 24 horas/dia, por vários seguranças, fardados a rigor e com o aprumo e orgulho que os negros costumam pôr nas paradas militares.

Esta escola, construída, paga e dirigida por portugueses, em Portugal (ou na Europa) estaria no topo, nos vários itens em que possa ser avaliada. Mas obviamente não tem rigorosamente nada a ver com as escolas normais de Angola. E pouco com a generalidade das escolas portuguesas.

A propina por aluno fica entre 300 a 500 euros por mês, valor que pode dobrar com a alimentação, as atividades extracurriculares e os transportes. Têm carrinhas que levam os alunos a casa, inclusivamente ao Lobito, de onde é oriunda metade da população escolar.

O dia foi intenso mas muitíssimo interessante

(CONTINUA)

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