MISSÃO EM ANGOLA (VI)
Caminhos de Ferro de Benguela (CFB)
Os caminhos de ferro de Benguela
são uma das 3 grandes companhias que operam em Angola na área das ligações
ferroviárias. As outras são a linha de Luanda a Malange (424 kms) e a linha de
Moçamedes, do Namibe a Menongue, na distância de 501 kms. A linha de Benguela,
com 1.360 kms, é significativamente mais extensa que as outras juntas.
A linha é uma construção do início do século
passado, inaugurada em 1905, e nela chegaram a trabalhar 14 mil pessoas. Nos
seus tempos áureos era muito prestigiada como companhia de caminho de ferro e permitia
a penetração para o interior e o escoamento de matérias-primas oriundas do
Congo e Zâmbia. Passa por Huambo (antiga Nova Lisboa), Kuito (Silva Porto) e
Luena (Luso), atravessando a região dos diamantes. A linha teve limitadíssima
utilização no período da guerra civil (Huambo era a zona de maior influência da
Unita) devido à falta de segurança. Só em 1994 morreram 300 pessoas num
despenhamento provocado por sabotagem da via.
Em 2011 a Companhia de Caminhos e
Ferro de Benguela (CFB) retomou alguma normalidade no seu funcionamento, após
uma total reabilitação em todo o traçado da linha, trabalho efetuado por um
consórcio chinês. Dispõe agora de uma moderníssima e atrativa estação no Lobito,
ponto de partida da linha. O seu percurso divide-se em dois troços distintos:
um traçado, que chamaríamos urbano, que liga duas cidades costeiras – Lobito e
Benguela – numa distância de 35 kms; um segundo traçado que vai de Benguela a
Luena, atravessando o país, numa extensão de quase 1.300 kms, dos quais está já
em funcionamento o troço Huambo-Luena.
No primeiro troço circulam 4
comboios por dia, que demoram quase hora e meia a fazer o trajeto de 35 kms,
dadas as frequentes paragens, o perfil de comboio tranvia e o tipo de utilização
que lhe é dada pelos utentes – até serve para transportar animais de grande
porte. No segundo troço circula apenas um comboio por dia e o transporte de
mercadorias é o mais relevante.
A empresa tem atualmente cerca de
1.500 trabalhadores e deverá, num curto prazo, fazer crescer os seus
efetivos em 50% para permitir a ampliação prevista no número de composições que
se pretende pôr a circular.
(CONTINUA)
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