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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

segunda-feira, 7 de abril de 2014



PRODUTIVIDADE – CONTROVÉRSIAS
Está visto que o tema é controverso. E há vontade de vários leitores participarem na discussão. Hoje vou dar a palavra ao professor Bernardino Fonseca, que nos mostra a sua visão do problema, num ângulo completamente diferente. Obrigado e sejam bem vindos.
Alexandre Ribeiro


Embora não me sinta muito habilitado para discutir “taco-a-taco” nestas coisas de economia, li com muita atenção e reflecti sobre o conteúdo deste primeiro post acerca da reflexão sobre produtividade do Engº João Pais.
 Apesar disso, permite-me chamar aqui um pequeno parágrafo do fim da 1ª constatação com o qual não estou mesmo nada de acordo e que passo a citar: “Ora a Alemanha não teve este "tio rico", teve que se adaptar e com muito sucesso a criar riqueza genuína.”
Não teve!? Ai, teve, teve e de que maneira! Chamava-se e chama-se “Tio Sam”.
De facto, lendo um pouco de história, pode chegar-se à conclusão de que a Alemanha - de facto - recuperou rapidamente da II Guerra Mundial porque recebeu fortes ajudas das potências capitalistas vitoriosas mais preocupadas em evitar o avanço do socialismo da então União Soviética pela Europa. É verdade que o chamado "milagre alemão" criou um padrão de desenvolvimento sustentado mas… sobretudo graças aos Estados Unidos da América (Tio Sam), que implementou o plano Marshal, emprestando à Alemanha dinheiro sem juros, mais para preservar os valores políticos e culturais, e claro para vender as suas mercadorias.
Em 1953, os alemães assinaram um acordo que lhe perdoaria parte da dívida e lhe atribuiria juros favoráveis para pagar o restante. Levaram 40 anos para pagar essas dívidas que pagou só em parte e praticamente e sem juros.

No entanto, hoje, a Alemanha é a principal credora de países como a Grécia ou Portugal e é contrária a um perdão dessa dívida. Com que moral?
Por isso, e para mim, a Alemanha atendendo ao seu histórico racista e belicista (não nos podemos esquecer que destruiu praticamente duas vezes a Europa) nunca pode ser vista como um exemplo ou um modelo a seguir.

Bernardino Fonseca



 

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