E
agora, Portugal?
Hoje é inevitável falar sobre futebol.
Não vou escrever sobre problemas técnico-táticos,
nem problemas clínicos ou de organização. Muito menos sobre as incidências do
jogo, os remates ao poste, as defesas milagrosas, a agressão não sancionada
pelo árbitro com a expulsão, ou o penalty que, embora forçado, poderia ter sido
assinalado. Sobre tudo isso não falta quem opine, com fervor e paixão, mas
também com conhecimento de causa.
Vou antes falar sobre a diferença em termos de
resultados desportivos e implicações financeiras, resultantes muitas vezes de
um simples golo.
Li algures que a Federação Portuguesa de Futebol
iria perder cerca de 170 milhões de euros com o afastamento da nossa seleção da
segunda fase. E a economia portuguesa iria também perder umas largas centenas
de milhões.
Vejamos agora como num instante se pode passar de
bestial a besta, como as ferozes críticas de alguns, mesmo que assertivas,
teriam de ser engolidas face aos resultados desportivos. Ou, ao contrário, como
ganham acuidade.
O empate do Gana com a Alemanha remeteu para o jogo
com os Estados Unidos uma importância transcendente. E o nosso avanço no
marcador, que durou mais que uma hora, a manter-se até ao fim do jogo, colocava-nos
numa situação em que tudo ficava em aberto.
Vejamos algumas hipóteses:
1 – Portugal
poderia vir a ser o primeiro do grupo, isolado se ganhasse ao Gana e os
Estados Unidos empatassem com a Alemanha
2 – Portugal
poderia ser o último do grupo se perdesse com o Gana e os Estados
Unidos não perdessem com a Alemanha
3 – Portugal
poderia ser apurado empatando com o Gana se a Alemanha ganhasse ou
empatasse com os Estados Unidos
4 – Portugal
poderia ser eliminado empatando com o Gana se os Estados Unidos ganhassem
à Alemanha
5 – A
Alemanha podia ser eliminada se perdesse com os Estados Unidos e
Portugal ganhasse ao Gana
Uma simples diferença de um golo no jogo Portugal/EUA (vivemos um
sonho durante mais de uma hora, o que significa que esteve perfeitamente
ao nosso alcance) acabou por criar um fosso, agora intransponível, entre o
possível e a realidade. Poucas vezes terá sido tão grande a diferença entre
bestial e besta.
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