Texto

Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

segunda-feira, 2 de junho de 2014


Flashes

 “Disse o ministro da Economia (Pires de Lima) que neste momento o desafio que Portugal enfrenta em matéria de coesão social só se resolve através a criação de emprego. O aumento da produtividade passa pela aposta em mais tecnologia nos processos e serviços, por mais fatores intangíveis (design, moda, inovação) e por mais qualificação das pessoas. O que Pires de Lima não disse é que não se aumenta a produtividade com a redução do número de feriados, o aumento das horas de trabalho ou salários cada vez mais baixos” Nicolau Santos – Expresso de 31 de Maio de 2014.

“Banca consome 18 mil milhões em 5 anos – grande parte deste capital foi absorvido pela brutais imparidades da banca (prejuízos de anos anteriores ainda não contabilizados), fruto não só da atribuição de créditos de má qualidade, como também do financiamento de projetos que não correram bem” - Expresso de 31 de Maio de 2014.

 “A reforma mais importante do Presidente Fernando Henriques Cardoso foi o instante em que o Brasil se tornou previsível. Nesse instante tudo mudou no Brasil, a confiança instalou-se dentro do país e na perceção internacional, em especial nos investidores. As nações mais ricas, mesmo pequenos países, são sempre as que têm maior grau de previsibilidade” – António Pinto Leite – Expresso de 31 de Maio de 2014.

“Vejo países ricos a financiarem os periféricos a taxas de juro de 6% ou mais e a enriquecerem com os juros. Isso não é solidariedade. É importante que existam 150 ou 200 pessoas a convencer o governo a negociar a dívida. Fizemos isso aos alemães. Dar 60 anos, baixar os juros para 2% ou 1% para termos ar para respirar” – Murteira Nabo – Expresso de 31 de Maio de 2014.

“Em Lisboa Mário Draghi lembrou que enquanto na Alemanha apenas 1% das PME’s têm dificuldade de acesso ao crédito bancário, em Portugal são 33%. Podia também ter acrescentado que na Alemanha a taxa de juro é de 1,2% e em Portugal de 7,8%. E podia ter concluído que, nestas condições de concorrência desleal, Portugal nunca poderá crescer acima da média europeia nos próximos 20 anos para conseguir pagar o seu serviço de dívida pública” – Miguel Sousa Tavares – Expresso de 31 de Maio de 2014.

“O processo de integração burocrático falhou. O futuro da integração europeia só pode ser político, isto é, um processo que permita aos cidadãos exprimir os seus desacordos e punir as elites europeias que foram vistas como tendo tomado más decisões”  - Paul de Grauwe (professor da Universidade de Lovaina) – Expresso de 31 de Maio de 2014.

1 comentário:

  1. Nem mais, Alexandre! São flashes destes que trazem à “luz do dia” algumas verdades e alguns dos “negócios” escuros que deixaram (e deixam) este País cada vez mais cinzento...

    ResponderEliminar