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Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

sexta-feira, 27 de junho de 2014



Os milagres às vezes acontecem.
Os portugueses é que já não acreditam nisso.


 No futebol os milagres acontecem. E até são frequentes. São é como o totoloto: sai muitas vezes, só que não sai sempre aos mesmos.


Depois de Portugal ter chegado ao 2-1 assistiu-se a algo que era de certo modo previsível: o Gana desarticulou-se por completo. O que é que teria acontecido se Portugal tivesse feito o 2-0 antes do intervalo ou no início do 2.º tempo? Pergunta retórica, mas com uma resposta que só aumenta a nossa frustração.


Os milagres em futebol exigem duas condições: fé e competência. Aquela fé que levava o Eusébio a ir buscar a bola ao fundo a baliza, após marcar um golo, e correr com ela para o centro do terreno para que o jogo seguisse de imediato; e a competência que o levava a enfiar a bola nas redes tantas vezes quantas era necessário.


O que se passou agora com Portugal foi o oposto. A falta de fé ficou bem patente nas caras dos jogadores que festejavam os golos de forma tristonha e apática. E as declarações de jogadores, treinadores, comentadores e críticos alinhavam pelo diapasão da descrença. Quanto à competência foi substituída por duas palavras de fonética aparentada: azar e aselhice. Só ao Cristiano Ronaldo contabilizei, por alto, 6 remates que poderiam ter dado golo e não deram.


É por demais evidente que esta seleção não está ao nível do Cristiano Ronaldo. Mas neste jogo foi o Cristiano que não esteve ao nível do CR7 da época 2013/14, ou daquele animal felino que destroçou a Suécia em Novembro passado.


É muito triste e injusto dizê-lo, mas o Cristiano Ronaldo perdeu a grande oportunidade de criar uma nova lenda ao nível do Portugal-Coreia de 66.


 

1 comentário:

  1. Foi, de facto, uma saída do Mundial muito "rasteirinha", sem honra e sem glória. Era espectável perdermos com a Alemanha, embora sem sermos goleados como fomos. O empate com os Estados Unidos é que foi mau de mais. Tínhamos a obrigação (até pelo ranking) de ganhar e ganhar ao Gana por 3 ou 4. O Paulo Bento foi teimoso demais em manter o "António Variações", vulgo, Raul Meireles em detrimento do William Carvalho. Por isso tivemos um meio campo campo apático e sem canetas. A selecção foi o espelho do Governo de Portugal. Incompetente.

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