Os
milagres às vezes acontecem.
Os
portugueses é que já não acreditam nisso.No futebol os milagres acontecem. E até são frequentes. São é como o totoloto: sai muitas vezes, só que não sai sempre aos mesmos.
Depois de Portugal ter chegado ao 2-1 assistiu-se a
algo que era de certo modo previsível: o Gana desarticulou-se por completo. O
que é que teria acontecido se Portugal tivesse feito o 2-0 antes do intervalo
ou no início do 2.º tempo? Pergunta retórica, mas com uma resposta que só
aumenta a nossa frustração.
Os milagres em futebol exigem duas condições: fé e
competência. Aquela fé que levava o Eusébio a ir buscar a bola ao fundo a
baliza, após marcar um golo, e correr com ela para o centro do terreno para que
o jogo seguisse de imediato; e a competência que o levava a enfiar a bola nas
redes tantas vezes quantas era necessário.
O que se passou agora com Portugal foi o oposto. A falta de fé ficou bem
patente nas caras dos jogadores que festejavam os golos de forma tristonha e
apática. E as declarações de jogadores, treinadores, comentadores e críticos alinhavam
pelo diapasão da descrença. Quanto à competência foi substituída por duas
palavras de fonética aparentada: azar e aselhice. Só ao Cristiano Ronaldo
contabilizei, por alto, 6 remates que poderiam ter dado golo e não deram.
É por demais evidente que esta seleção não está ao nível do Cristiano
Ronaldo. Mas neste jogo foi o Cristiano que não esteve ao nível do CR7 da época
2013/14, ou daquele animal felino que destroçou a Suécia em Novembro passado.
É muito triste e injusto dizê-lo, mas o Cristiano Ronaldo perdeu a
grande oportunidade de criar uma nova lenda ao nível do Portugal-Coreia de 66.
Foi, de facto, uma saída do Mundial muito "rasteirinha", sem honra e sem glória. Era espectável perdermos com a Alemanha, embora sem sermos goleados como fomos. O empate com os Estados Unidos é que foi mau de mais. Tínhamos a obrigação (até pelo ranking) de ganhar e ganhar ao Gana por 3 ou 4. O Paulo Bento foi teimoso demais em manter o "António Variações", vulgo, Raul Meireles em detrimento do William Carvalho. Por isso tivemos um meio campo campo apático e sem canetas. A selecção foi o espelho do Governo de Portugal. Incompetente.
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