- Principais causas dos nossos problemas -
Comecemos pelo princípio, pelo arrolamento das principais causas dos nossos problemas. Vamos enunciar algumas:
a) a nossa incapacidade para reformar o nosso aparelho produtivo e fazer crescer a economia na dimensão necessária.
b) o excesso de gastos (vulgo despesismo), principalmente associados à dimensão do estado tentacular que temos e que urge reformar.
c) a insuficiência dos nossos impostos para suportar o nível das despesas a que nos habituamos.
d) as incapacidades, erros e vícios dos nossos governantes e classes dirigentes, incapazes de reformar o estado e conduzir o país no caminho do equilíbrio e progresso sustentado.
e) a agiotagem dos mercados financeiros, ávidos de lucros e implacáveis no ataque às suas vítimas.
f) os erros da União Europeia, iniciados com a criação do euro, potenciados pela dificuldade em fazer a correta leitura da crise e com a exuberante manifestação de falta de solidariedade entre estados-membros (os piores efeitos sentir-se-ão mais tarde, quando alguns estados vierem a provar o veneno que agora destilaram).
g) os erros da troika e a aplicação desajustada de terapias, algumas das quais experimentais e que nos usaram como cobaias.
Perante esta vasta panóplia de causas coloca-se a questão: qual é o contributo de cada uma para a situação a que chegamos? Poderemos quantificar e definir responsabilidades?
A resposta a estas perguntas é ambígua: em alguns casos é quase impossível, mas no que respeita a algumas destas causas é perfeitamente possível quantificar, com muita aproximação e rigor, o peso e a dimensão do fator em causa. É o que vou fazer. Desde já alerto que os resultados podem apresentar significativas surpresas.
b) o excesso de gastos (vulgo despesismo), principalmente associados à dimensão do estado tentacular que temos e que urge reformar.
c) a insuficiência dos nossos impostos para suportar o nível das despesas a que nos habituamos.
d) as incapacidades, erros e vícios dos nossos governantes e classes dirigentes, incapazes de reformar o estado e conduzir o país no caminho do equilíbrio e progresso sustentado.
e) a agiotagem dos mercados financeiros, ávidos de lucros e implacáveis no ataque às suas vítimas.
f) os erros da União Europeia, iniciados com a criação do euro, potenciados pela dificuldade em fazer a correta leitura da crise e com a exuberante manifestação de falta de solidariedade entre estados-membros (os piores efeitos sentir-se-ão mais tarde, quando alguns estados vierem a provar o veneno que agora destilaram).
g) os erros da troika e a aplicação desajustada de terapias, algumas das quais experimentais e que nos usaram como cobaias.
Perante esta vasta panóplia de causas coloca-se a questão: qual é o contributo de cada uma para a situação a que chegamos? Poderemos quantificar e definir responsabilidades?
A resposta a estas perguntas é ambígua: em alguns casos é quase impossível, mas no que respeita a algumas destas causas é perfeitamente possível quantificar, com muita aproximação e rigor, o peso e a dimensão do fator em causa. É o que vou fazer. Desde já alerto que os resultados podem apresentar significativas surpresas.
(Continua)
Parece-me que neste momento o mais importante para (eventualmente) termos hipóteses de sair da crise se centra fundamentalmente na alínea a) sem, naturalmente descurarmos o conteúdo das restantes alíneas.
ResponderEliminarSem ter grandes conhecimentos de economia parece-me, pelo que ouço e leio na comunicação social supostamente entendida na matéria, que o problema está no défice e que o défice só se consegue ultrapassar com o crescimento económico. Ora, tudo o que este governo tem feito parece exactamente ao contrário desta lógica, na medida em que se tem limitado a diminuir o poder de compra da maioria da população portuguesa, sobretudo a classe média, os funcionários públicos e os aposentados, quer pelos cortes nos vencimentos e reformas, quer pelo aumento sucessivo e exponencial dos impostos. Ao aumentar os impostos e diminuir o poder de compra o que é que aconteceu? Reduziu-se o investimento e muitas empresas diminuíram a produção e muitas outras foram à falência com o consequente aumento de desempregados. Aumentando os desempregados... aumenta também a despesa pública pelos respectivos subsídios de desemprego. Agora é só multiplicarmos tudo isto por muitas outras medidas deste tipo que tiveram também um efeito perverso e encontramos a razão de alguns dos nossos problemas.
Relativamente à alínea e), já tivemos a oportunidade de pessoalmente chegarmos à conclusão de que a recuperação dos bancos Alemães (que estavam em pré-falência) se deveu à nossa crise. É lamentável a forma cobarde (qual ave de rapina) como se aproveitaram das nossas fragilidades e da incompetência dos nossos (des)governantes..