Texto

Mistura de pensamentos, reflexões, sentimentos; um risco, assumido; uma provocação, em tom de desafio, para que outros desçam ao terreiro; um desabafo, às vezes com revolta à mistura; opiniões, sempre subjectivas, mas normalmente baseadas no estudo, ou na experiência ou na reflexão. Sem temas tabu, sem agressividades inúteis, mas sem contenção, nem receios de ser mal interpretado. Espaço de partilha, que enriquece mais quem dá que quem recebe.

terça-feira, 27 de maio de 2014


Uma história passada longe daqui

Esta história deve ser muito antiga. Ouvi-a há tempos na rádio e não resisti a reescrevê-la ao meu estilo. 
Nos tempos em que os reis mandavam, numa noite escura, à entrada de dezembro, o rei veio à varanda do seu iluminado palácio e reparou que a cidade estava escura como breu.
Chamou o seu primeiro-ministro e ordenou-lhe:
- Antes do natal quero ver a cidade toda iluminada. Toma lá 100 mil euros e trata já de resolver o problema.
O primeiro-ministro chamou o presidente da câmara e ordenou-lhe:
- O nosso rei quer a cidade toda iluminada ainda antes do natal. Toma lá 50 mil euros e trata imediatamente de resolver o problema.
O presidente da câmara chama o chefe da polícia e diz-lhe:
- O nosso rei ordenou que puséssemos a cidade toda iluminada para o natal. Toma lá 20 mil euros e trata imediatamente de resolver o problema.
O chefe da polícia emite um edital a dizer:
“Por ordem do rei em todas as ruas e em todas as casas deve imediatamente ser colocada iluminação de natal.  Quem não cumprir esta ordem será enforcado”.
Uns dias depois o rei veio à varanda e, ao ver a cidade profusamente iluminada, exclamou:
 - Que lindo! Abençoado dinheiro que gastei. Valeu a pena.

2 comentários:

  1. Pareceu-me uma história tão verdadeira e atual que nem consegui sorrir...

    ResponderEliminar
  2. A história pode ser antiga mas descreve e, por analogia, mostra a forma como os nossos governantes gastaram (e gastam) o dinheiro que nos tem sido emprestado e aquele que nos tem sido retirado, quer do vencimento dos funcionários públicos, quer das reformas e ainda através dos impostos colossais que nos assacaram. E o nosso (rei) Cavaco a aplaudir de contente...

    ResponderEliminar